Professor da Universidade de Macau analisa potencial competitivo do Brasil

16/06/2015 - Eventos, Graduação, Mestrado

Professor da Universidade de Macau considera  que o Brasil tem potencial para competir com a China

Através do programa de Mestrado Profissional em Engenharia da Produção da Universidade Estadual Paulista – UNESP, a Associação Educacional Dom Bosco – AEDB recebeu, no mês de junho, a visita do administrador chinês Prof. Dr. Jacky F. L. Hong, da Universidade de Macau, na China, que veio proferir palestra sobre estratégia e gerenciamento de empresas chinesas, dando um panorama sobre as novas corporações multinacionais daquele país.

Antes da palestra, o Dr. Hong concedeu a seguinte entrevista para a assessoria de comunicação da AEDB, onde avalia a situação da China na economia mundial:

Como o senhor analisa o processo de crescimento acelerado da economia na China, nos últimos 25 anos, que transformou o país em uma grande potência econômica, a segunda do mundo, com o PIB em torno de US$ 9 trilhões (dados de 2013), superada apenas pelos Estados Unidos?

Na verdade, até dez anos atrás as empresas chinesas eram de pequeno porte. Na última década é que o governo adotou uma estratégia muito feliz, para alavancar o desenvolvimento industrial. A principal ação implementada foi a adoção de uma política de incentivo, com a concessão de empréstimos a juros baixíssimos. Outro fator que favoreceu o crescimento da indústria foi a economia de escala, pois o mercado doméstico é muito grande na China. Também a globalização contribuiu para esse crescimento. É interessante observar, ainda, o papel do povo chinês nesse processo – as pessoas se engajam nas mudanças promovidas pelo Governo.

Como estão as relações comerciais Basil-China, hoje? A China tem feito investimentos no Brasil? Em que áreas, predominantemente?

O Brasil e a China fazem parte do mesmo bloco econômico de países emergentes, composto ainda pela Índia e pela Rússia. Isso gera uma boa parceria, que tem se concretizado través de comodities. Temos empresas instaladas no Brasil, principalmente na área de exploração de recursos naturais.

Qual sua percepção sobre a posição do Brasil, hoje, no cenário mundial?

Eu acredito que o Brasil, hoje, tem potencial para competir com a China.

Informalmente, como o povo chinês vê o Brasil?

Como o país do samba e do futebol, que tem um povo alegre e descontraído. Formalmente, existe uma política oficial do governo chinês de preparar elementos na área das relações internacionais, para relacionamento com países de língua portuguesa. Macau, que é uma ex-colônia portuguesa, tem papel importante como ponto de conexão da China com esses países.

A China tem se recusado a assinar os acordos internacionais relativos a questões ambientais, como, por exemplo, o Protocolo de Quioto. O senhor acha que a assinatura desses tratados prejudicaria a economia do país?

Há dez anos, o foco do governo chinês era fazer dinheiro. No entanto, nos últimos três anos, começou-se a pensar em qualidade de vida. As grandes cidades da China têm um índice de poluição muito alto. E isso tem sido motivo de preocupação. Agora o governo está mais sensível à questão ambiental, entendendo que não basta ter dinheiro; é preciso garantir, também, condições ambientais para a longevidade da população. Enfim, a China não assumiu políticas ambientais internacionais, mas está começando a estabelecer uma política interna nessa área.

O senhor acha que a Universidade de Macau teria interesse em fazer um intercâmbio acadêmico com a Associação Educacional Dom Bosco, envolvendo professores e alunos, para aprendizado recíproco das culturas do Brasil e da China?

Com certeza, esse tipo de intercâmbio seria benvindo. É possível estabelecer-se o intercâmbio com a AEDB, através do escritório de relações internacionais da Universidade de Macau.

 

Resende, 12/06/15

AEDB – Assessoria de Comunicação